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Costumo dizer que o stress se manifesta geralmente nas pessoas indecisas. Claro que minha afirmação não é científica, é mais empírica do que outra coisa, porém, sempre me estresso mais quando não consigo decidir ou a decisão não depende de mim ou só de mim. Lembrando que é assim para mim, eu funciono assim.
Mas não é só por isso que às vezes me estresso. Tem outra modalidade que vem assolando a todos, ou quase todos, que é o stress digital, que vem por intermédio da armadilha da digitalização.
Veja você que o ser humano inventou o telefone fixo, o telefone celular, o computador, os notebooks, a internet, o iPod, e com a internet veio junto uma infinidade de programas e facilidades eletrônicas. Tudo isso foi nos dito que era para termos mais tempo para descansar, filosofar com amigos, curtir a família, pescar, ler livros, assistir filmes, isto é, levar uma vida mais leve. Mas é isso que está acontecendo conosco? Parece que não, acabamos vítimas das algemas destas inovações digitais.
Esses equipamentos, criados para agilizar nosso trabalho, acabaram permitindo que sejamos localizados e sufocados quase 24 horas por dia pelo colega, pelo “patrão”, pelos clientes, e esses estão ficando cada dia mais exigentes. Ou, o inverso disso, que localizemos e sufoquemos outros profissionais.
Parece-me que estamos presos pela rede digital, cuja prisão nós mesmos criamos e permitimos que fosse usada. Tornamo-nos escravos digitais e essa é, para mim, uma das principais razões por que o mundo vive tão estressado.
Quem de vocês não recebeu uma ligação de um cliente, colega, diretor ou até parente, cobrando ou encaminhando alguns assuntos durante a noite e/ou no final de semana? E fico mais preocupado com o número de telefonemas e mensagens que nossos adolescentes enviam e recebem durante o dia, permitindo uma invasão de estranhos bate-papos em horas impróprias como na hora das refeições familiares, na praia e até durante a aula.
Meus pais não me advertiram sobre esse assunto porque não conheciam e não conhecem a era digital, mas nós precisamos sim, pensar sobre o assunto e até interferir na educação de nossas crianças ou, pelo menos, prestar atenção em nossos filhos. Se não o fizermos, poderemos ser coniventes com jovens e adultos estressados e mal-humorados de amanhã.
Gosto do mundo digital, mas tudo tem limite. Ele foi criado com o propósito de nos libertar, não para nos aprisionar.
É assim como o mundo me parece hoje. E você, o que pensa sobre stress digital?
Beto Colombo