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A mudança na vida das pessoas é algo que mexe. E geralmente mexe para melhor. Afinal de contas é difícil alguém que mude de casa, de cidade, de Estado, de País, achando que vai mudar para pior. Penso que é difícil encontrar uma pessoa que mude de emprego, de relacionamento, de visual e até mude de sexo, porque quer se prejudicar e sofrer.
Em grande parte das atitudes de nossa vida, mudamos porque queremos ser melhores em todos os sentidos. Como disse, geralmente tem sido assim, mas há exceções, apenas exceções.
Eu vejo às vezes que são nas mudanças que percebemos o quanto estamos cheios de coisas sem sentido, sem valor, o quanto acumulamos coisas inúteis. Observei recentemente em nossa empresa a mudança de um grupo de pessoas que se transportava de um setor para outro. Que interessante!
Com poucas caixas de papelão, um setor inteiro se mudou para outro local físico. Questionei um profissional e ele me disse: “Aproveitei a mudança para fazer uma faxina geral e deixar pra trás o que não fazia mais sentido hoje”, comentou ele. Outro, alegre, mostrou o que trazia em suas mãos, que não passava de quatro ou cinco coisas: “Olha só o que eu levo, quase nada”, falou. E logo acrescentou: “E não é nada meu”.
A mudança, por incrível que pareça, sempre muda. Claro, se realmente o sujeito assim o quiser, se não, fica só na superficialidade da palavra, do argumento. Só fica no querer fazer as coisas, não vai na profundidade do verdadeiro agir.
A mudança, para algumas pessoas, gera mudança: mudança de cotidiano, de hábito, de postura, de prática, mudança de vida. Não é fácil mudar. Mas se não mudarmos de vez em quando, corremos o grande risco de estarmos cheios de nada, ou então cheios de coisas e ao mesmo tempo cheios de nada, de inutilidade, de vazios.
Lembro-me da “parábola da rua”, onde uma pessoa acordava todos os dias e ao sair na rua, encontrava um grande buraco, impedindo-o de seguir adiante. Revoltado, retornava para a casa. Isso ocorreu durante muitos dias, sem antes ele criticar o governo, os vizinhos, o maquinista que trabalhava no local. Lembro que ele saía de casa, encontrava a rua esburacada e, diante disso, retornava para casa. Vivia reclamando de tudo e de todos, mas sequer teve uma mudança de postura, mudando de rua, por exemplo.
Muitas vezes em nossa vida é necessário deixar de reclamar e mudar, mudar de rua. É assim como o mundo me parece hoje. E você, o que pensa sobre mudanças?
Beto Colombo